Objetivo |
Para estruturarmos nosso Projeto Político Pedagógico, partimos da compreensão que a infância deve ser compreendida como uma “construção social e histórica em que as crianças são sujeitos de direitos, autônomos, portadores e construtores de histórias e culturas, produzem, em sua experiência com o meio e com os outros, sua identidade (sua inteligência e personalidade)” (Baseado no Documento SME/SP - 2015, p. 11).
Tal concepção se contrapõe àquelas que comparam as crianças aos adultos, percebendo apenas o que lhes falta, sem vida presente como um eterno “vir a ser”. Assim, é necessário conhecer as crianças reais que estão em nossas escolas, suas culturas, dando-lhes voz e espaço para que possam tomar decisões e produzir saberes, tornando-as presentes em nossas propostas e ações.
Reconhecer as crianças como sujeitos produtores de culturas, capazes de influenciar e tomar decisões, competentes em sua relação com o mundo, implica em uma mudança de atitude dos adultos que se relacionam com elas. Torna-se fundamental fomentar a escuta como forma de conhecermos as crianças e as culturas infantis e assim podermos utilizar essas descobertas como fonte de conhecimento, transformação e qualificação da ação educativa, no sentido de tornar nossas ações com as crianças mais efetivas, podendo de fato agir de acordo com suas necessidades, desejos e interesses, contemplando as dimensões do cuidar e educar, do brincar, da cultura da infância e das culturas infantis.
Sendo assim, a EMEI Pedro de Toledo vê essa criança como um ser criativo, crítico, curioso, participativo, com desejos, necessidades e potencialidades, com autonomia e responsabilidade para exercer sua cidadania e descobertas com prazer e alegria, pois está inserida no tempo e espaço do brincar, experimentar, explorar de diferentes formas, interagindo com outras crianças, adultos e o meio, construindo assim suas Culturas Infantis.
OS PRINCÍPIOS QUE NORTEIAM NOSSO PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO
Considerando nossa concepção de criança e infância, nosso trabalho pedagógico estará ancorado no princípio de que a EMEI Pedro de Toledo é uma escola pública, gratuita, laica, direito da criança e dever da família e do estado, devendo estar a serviço das múltiplas formas de desenvolvimento e educação, independente de gênero, etnia, cor, situação socioeconômica, credo religioso, político e quaisquer formas de preconceito e discriminações.
As ações e desenvolvimento do trabalho pedagógico da escola de educação infantil deverão estar articulados e em consonância com dois documentos produzidos pela Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo:
1. São Paulo (SP), SME, DOT. Orientação Normativa nº 01 - Avaliação na Educação Infantil: aprimorando os olhares Secretaria Municipal de Educação. São Paulo, SME /DOT, 2014.
2. São Paulo (SP), SME, DOT. Currículo Integrador da Infância Paulistana. São Paulo, SME/DOT, 2015.
A infância é compreendida como uma “construção social e histórica em que bebês e crianças são sujeitos de direitos, autônomos, portadores e construtores de histórias e culturas, produzem, em sua experiência com o meio e com os outros, sua identidade (sua inteligência e personalidade) (SP, SME, 2015, p.11).
Tal concepção se contrapõe àquelas que comparam as crianças aos adultos, percebendo apenas o que lhes falta, sem vida presente como um eterno “vir a ser”. Assim, é necessário conhecer as crianças reais que estão em nossas escolas, suas culturas, dando-lhes voz e espaço para que possam tomar decisões e produzir saberes, tornando-as presentes em nossas propostas e ações.
Para tanto, torna-se fundamental fomentar a escuta como forma de conhecermos as crianças e as culturas infantis e assim podermos utilizar essas descobertas como fonte de conhecimento, transformação e qualificação da ação educativa, no sentido de tornar nossas ações com as crianças mais efetivas, podendo de fato agir de acordo com suas necessidades, desejos e interesses, contemplando as dimensões do cuidar e educar, do brincar, da cultura da infância e das culturas infantis.
Essa mudança de atitude faz com que olhemos para o Currículo de outra maneira, levando em consideração as crianças concretas que atendemos e assim “romper com as marcas do ‘currículo colonizador’ que historicamente privilegiou a perspectiva europeia...
(...) Descolonizar o currículo significa, portanto, dar visibilidade aos atores, culturas e conhecimentos, pouco ou nada visíveis, como as culturas africanas, as culturas populares, indígenas, migrantes de igual maneira, as crianças e as mulheres, desnaturalizando assim as hierarquizações e estratificações por idade, gênero, raça, formas corpóreas e sexualidade, a fim de construir possibilidades de superação das dramáticas desigualdades que marcam a vida de toda a sociedade, incluindo bebês e crianças.” (SP, SME, 2015, p.11).
Sendo assim, essas concepções e princípios deverão orientar todo trabalho pedagógico e administrativo da EMEI Pedro de Toledo e, consequentemente serão eles a base para a formulação, definição, concretização e efetivação de um currículo para as infâncias, assim como os objetivos gerais e específicos das ações, elaboração e estruturação desse projeto político pedagógico.
A gestão pedagógica da EMEI Pedro de Toledo, será sempre respaldada e pautada pelos aspectos e princípios democráticos no atendimento das demandas da comunidade escolar e na efetivação de políticas públicas de superação das desigualdades sociais e econômicas por meio de uma atuação crítica que promova o amplo debate e conscientizações de todos e todas (gestores, corpo docente, crianças e a comunidade local), como também na superação de modelos opressores de educação pautada na transmissão de conteúdos e que não compreende educadores e crianças como sujeitos potentes e capazes de produção de conhecimentos e saberes em prol de uma lógica que compreenda o ser humano como ser inconcluso (Freire, 2005), mas ao passo consciente das condições que se encontra e que busca, investiga sua realidade e a altera.
Neste sentido, nosso fazer pedagógico estará estruturado dentro de um processo de descolonização do currículo e de total rompimento com a visão eurocêntrica, tendo um olhar crítico e sensível que considere a criança como sujeito potente e, a partir daí, busque a constituição de currículo narrativo, construído com a participação de todos segmentos, de modo que cada um se perceba como sujeitos autores e co-autores de todo o processo pedagógico.
Partindo do pressuposto de uma Pedagogia para/com a Infância, nosso trabalho pedagógico estará permeado pelas concepções sobre criança e infância como construções sociais, históricas e culturais que se consolidam nos diferentes contextos nos quais são produzidas e, a partir de múltiplas variáveis como etnia, classe social, gênero e condições socioeconômicas das quais as crianças fazem parte. Considerando tais elementos e a sua relação com a imagem de criança construída no tempo e na história, neste sentido, considerando a existência de múltiplas infâncias e de várias formas de ser criança.
A organização do nosso trabalho e gestão pedagógica não está relacionada com práticas de escolarização e antecipação de processos, nem tão pouco, adaptação de práticas didáticas do Ensino Fundamental devendo estar em consonância com os princípios da Pedagogia da Infância construída para e com as crianças e com suas famílias. Neste sentido nosso trabalho estará estruturado de modo à:
Considerar a criança como principal protagonista da ação educativa;
A indissociabilidade do cuidar e educar no fazer pedagógico;
Considerar a criança como centro da atenção do Projeto Político Pedagógico;
Possibilitar à criança o acesso aos bens culturais, construídos pela humanidade, considerando-as sujeitos de direitos, portadoras de história e construtora das culturas infantis;
Reconhecer e valorizar a diversidade cultural das crianças e suas famílias;
Dar destaque ao brincar, a ludicidade e às expressões das crianças na prática pedagógica de construção de todas as dimensões humanas;
Considerar a organização do espaço físico e tempo como um dos elementos fundamentais na construção dessa pedagogia;
Efetivar propostas que promovam a autonomia e multiplicidade de experiências;
Possibilitar na medida do possível a integração de diferentes idades entre os agrupamentos ou turmas;
Ter a arte como fundamento na formação dos(as) profissionais da primeira etapa da Educação Básica;
Estabelecer parcerias de participação com as famílias;
Considerar a criança como sujeito ativo, potente e singular na percepção do mundo, estabelecendo relações não adultocêntricas com as crianças onde as perspectivas dos pequenos e pequenas sejam consideradas tanto no que se refere à construção do currículo, quanto à organização do planejamento pedagógico, reconhecendo e se efetivando assim, o protagonismo infantil e o “lugar” da criança no centro do projeto Pedagógico.
Sendo assim, os princípios que norteiam o trabalho pedagógico da EMEI Pedro de Toledo estão articulados aos descritos em dois importantes documentos produzidos pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. São eles:
1) São Paulo (SP), SME, DOT. Orientação Normativa nº 01: Avaliação na Educação Infantil: aprimorando os olhares – Secretaria Municipal de Educação. São Paulo, SME / DOT, 2014.
2) São Paulo (SP), SME, DOT. Currículo Integrador da Infância Paulistana. São Paulo, SME / DOT, 2015.
Considerando nossa concordância com os princípios e pressupostos explicitados nesses documentos, somos provocados a uma mudança de atitude de modo a olhar para o Currículo de outra maneira, levando em consideração as crianças concretas que atendemos e assim “romper com as marcas do ‘currículo colonizador’ que historicamente privilegiou a perspectiva europeia, masculina, adulta, elitista da construção do conhecimento. (...) Descolonizar o currículo significa, portanto, dar visibilidade aos atores, culturas e conhecimentos, pouco ou nada visíveis, como as culturas africanas, as culturas populares, indígenas, migrantes de igual maneira, as crianças e as mulheres, desnaturalizando assim as hierarquizações e estratificações por idade, gênero, raça, formas corpóreas e sexualidade, a fim de construir possibilidades de superação das dramáticas desigualdades que marcam a vida de toda a sociedade, incluindo bebês e crianças” (SP, SME, 2015, p. 11)
Nesse sentido, “é desafio e propósito do Currículo Integrador comprometido com a qualidade social de a educação considerar a diversidade que compõe as infâncias que habitam a cidade e se contrapor às desigualdades (étnicas, raciais, etárias, de gênero, econômicas, geográficas, religiosas) que condicionam a vida de bebês e crianças” (SP, SME, 2015, p. 13).
Portanto é fundamental que nossa escola tenha na escuta e acolhimento das crianças uma de suas principais ações, para que possamos descolonizar o currículo e assim colaborar na superação das desigualdades que marcam a vida de nossas crianças.
Nos documentos a avaliação é apresentada como “um elo significativo entre a prática cotidiana vivenciada pelas crianças e o planejamento do (a) educador (a). Para que ela se efetive é necessário acompanhar o crescimento das crianças na elaboração de suas hipóteses e conhecimento do mundo, não se restringindo a um rol de comportamentos desejados, mas sim como fundamento da ação educativa que parte da valorização da criança em suas manifestações” (SP, SME, 2014, p.22).
“Sendo assim, a avaliação na educação infantil, é construída pelos (as) educadores (as) que interagem com os meninos e as meninas no cotidiano e pelas próprias crianças. É composta por instrumentos que auxiliam a historicizar o processo vivido no dia a dia, no percurso das aprendizagens, se afastando de toda e qualquer forma de avaliação que compare ou meça o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças com finalidades classificatórias e segregacionistas” (SP, SME, 2014, p. 25).
Nesses documentos são apresentadas concepções de infância, currículo e avaliação que estão presentes em todas as propostas e ações desenvolvidas por nossa escola com as crianças e suas famílias. Defendemos que tais concepções devem ser compreendidas como os princípios que orientam o trabalho de nossa unidade e como base para a formulação dos objetivos políticos-pedagógicos de nossas ações.
Considerando que o currículo emerge e se concretizam a partir dos encontros como acontecimentos dialógicos entre culturas, histórias, representações e narrativas, que congregam diversas etnias, gêneros, faixas etárias, gerações sendo traduzidas em ações que envolvem a criança no seu dia a dia, portanto como algo vivo e dinâmico, não havendo assim, possibilidade de desvinculá-lo da vida. Assim sendo, o currículo carrega o registro do percurso vivido, ou seja, está continuamente em ação deixando marcas, aprendizagens e o registro sócio histórico nas memorias dos seus protagonistas.
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