Descrição |
Na região Centro-oeste foram escolhidos dois locais para a pesquisa de campo, sendo eles o Mercado Sul em Taguatinga, cidade satélite de Brasília/DF e o povoado de Olhos D’água em Alexânia/GO.
O Mercado Sul foi construído na década de 50, antes mesmo da inauguração de Brasília, sendo um dos primeiros centros comerciais do DF em Taguatinga. A partir da década de 70, a chegada das redes de supermercados à cidade levou muitos comerciantes à falência. Nas décadas de 70 e 80, o que era uma feira em decadência virou reduto da boêmia underground de Taguatinga.
Hoje, o mercado sul é uma vila cultural, também conhecido como Beco ou Beco da Cultura. Nos anos 2000, o mestre Chico Simões leva para o Beco a sede do Teatro de Mamulengo Invenção Brasileira tornando-se um Ponto de Cultura e entre 2011 a 2014 formaram-se vários coletivos autogestinados. O coletivo Mercado Sul busca o tombamento do mercado como patrimônio de Taguatinga. Artistas, artesãos e até moradores brigam na Justiça sobre a ocupação do espaço (os moradores conseguiram uma liminar judicial para ficar e em troca pagam água, luz e fazem reparos no prédio). Cada loja do Mercado Sul é um núcleo de produção que faz parte de uma rede de apoio autogestionada, com princípios da economia solidaria. A eco feira é uma proposta autônoma de construir uma economia que esteja na mão das pessoas, é um espaço coletivo de convivência, trocas e de comercialização de produtos e serviços com princípios ecológicos
O povoado de Olhos D’Água – Alexânia/GO
Fugindo da ditadura, em 1974 a Feira do Troca surgiu da iniciativa de uma professora da UnB, Laís Aderne, que se deparou com a pobreza dos moradores e tiveram a ideia de, com amigos de Brasília, juntar roupas e utensílios. Em vez de doar, propuseram trocar por artesanato ou produtos agrícolas para incentivar a produção local. A feira é realizada duas vezes por ano, mas não tem mais só troca. Os artesãos da cidade passam seis meses confeccionando peças para serem vendidas nessa época. O Mamulengo Presepada nasce no início dos anos 80 da convivência de Chico Simões, seu criador, com o trabalho do amigo Carlinhos do Babau (Carroça de Mamulengos). Chico Simões, coordenador do grupo, atualmente, constrói o espaço Vila Mamulengo, no povoado de Olhos D’Água – Alexânia/GO.
Nas experiências visitadas foram realizadas entrevistas e uma roda de conversa no Mercado Sul de Taguatinga onde estiveram presentes 20 pessoas representando diferentes grupos, entre eles: Avá, Proem, Ela/UNB, MSV, Casa Moringa, Mamulengo Presepada, Invenção Brasileira, Sitio Geranium, CEMEIT, Associação Cultural Faísca, Mapa Gentil, UNICEUB, Rede Mocambos, Mercado Sul, Consulta Popular.
A pesquisa de campo possibilitou observar algumas questões que está sendo denominada como inquietações, para a análise e a produção textual:
• O território como lugar e o não lugar, lugar de fronteira (não é aqui nem lá), lugar de encontro;
• Educação e cultura se misturam;
• Pensamos na língua do colonizador;
• Identidade (qual nosso tronco d origem?);
• Vivencia como um caminho;
• Se eu não me transformo e não sei minha origem, não há transformação;
• Pedagogia grio – pratica de ação comunitaria, trilhas grios de aprendizagem;
• Qual o papel da arte na escola;
• A cultura traz pra pratica de arte a coletividade.
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